Com o tema da Campanha da Fraternidade de 2009 sobre Segurança Pública, a Pastoral Carcerária de Londrina ganha novo fôlego, uma vez que se pedia sua rearticulação em nível de diocesano. Somos mais de 40 pessoas que atuam dentro e fora das cadeias públicas e presídios nas cidades de nossa arquidiocese, motivados por uma coordenação diocesana, com apoio e incentivo total de nosso arcebispo.
A Pastoral Carcerária nasceu com o próprio Jesus Cristo. Ele mandou que os cristãos visitassem os presos e Ele mesmo foi um preso. Depois dele, os apóstolos também foram presos, recebiam visitas e se correspondiam por cartas com os demais cristãos.
Essa solidariedade dos cristãos com os presos, que hoje chamamos de Pastoral Carcerária, nasceu com o próprio cristianismo e cresceu espontaneamente, pois onde existisse uma prisão, havia voluntários visitando os encarcerados.
No entanto, somente na Idade Média, a partir dos séculos XI e XII, nasceram grupos organizados para visitar e resgatar as pessoas encarceradas.
Com a expansão do número de cárceres, principalmente, após ascensão da prisão como principal forma de punição, a Pastoral Carcerária cresceu, uma vez que ela sempre se compôs de cristãos que se organizam e voluntarizam para o atendimento às pessoas privadas de liberdade.
No Brasil, embora a existência de grupos de visitação perca-se no tempo, a Pastoral Carcerária como serviço organizado da CNBB deu passos decisivos a partir de 1986, quando se realizou a primeira reunião nacional de que se tem notícia.
A partir de 1988, a coordenação nacional é criada e se iniciam contatos com organizações nacionais e internacionais, estes por meio do padre Chico, e passa a canalizar seus esforços para a contestação do sistema penitenciário e das violações dos direitos de presas e presas.
O massacre do Carandiru em 1992 abriu as veias do sistema penitenciário. A Pastoral Carcerária que já vinha apontando as frequentes brutalidades do sistema foi uma importante fonte de informação para aqueles que desconfiavam dos dados oficiais.
Com o lema: “Cristo Liberta de todas as Prisões”, a Campanha da Fraternidade sobre os presos de 1997 representou um marco na vida da Pastoral Carcerária, pois a partir daí houve extraordinária expansão da Pastoral Carcerária por todo o Brasil.
Durante as rebeliões de maio de 2006 acompanhou de perto os acontecimentos e apontou os equívocos de uma política estatal minimalista no reconhecimento dos direitos dos presos e maximalista na criminalização e repressão aos pobres.
Essa política de segurança pública repressiva e retributiva levou a Pastoral Carcerária a propor como tema da Campanha da Fraternidade de 2009 a segurança pública para trazer os cristãos e a sociedade em geral a assumir juntos o compromisso com a paz.
Em termos de história da pastoral Carcerária em Londrina, segue também o mesmo movimento. A diocese sempre contou com esse serviço pastoral, ainda que não bem estruturado. Lembremos que em 1991, a Pastoral Carcerária foi declarada de Utilidade Pública, o que denota sua clara presença junto à sociedade londrinense.
A Pastoral Carcerária Arquidiocesana existe como organismo eclesial oficialmente estruturado desde 1997, no fluxo da Campanha da Fraternidade daquele ano que tratava diretamente do tema dos encarcerados, sendo que o ano anterior foi o período de articulação e formação dessa pastoral. Por cerca de uma década teve seu trabalho feito com muito afinco e expressão pastoral e social. Porém, nos últimos anos, entrou numa fase de desarticulação, perdendo vigor e agentes, o que levou a redução dos locais de atendimento e de trabalho em conjunto.
2. Justificativa
A Pastoral Carcerária é a mais gratuita de todas as pastorais. Ela apresenta de maneira admirável a imagem de Jesus que vem salvar e morrer sem nada receber. É a presença da Igreja nos cárceres repetindo continuamente a indagação: o que Jesus faria ou diria nessas situações? Como trataria essas pessoas? Sua ação torna-se parte integrante da atividade missionária da Igreja, constituindo um dever pastoral para todos os cristãos. Esse indispensável trabalho pastoral busca promover de modo eficaz e corajoso os direitos humanos, consolidados no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja. Através da palavra, da ação e da colaboração mútua, visa comprometer-se firmemente na defesa dos direitos individuais e sociais do homem e da mulher que padecem nos cárceres.
A Igreja realiza Pastoral Carcerária porque considera o homem na integridade de seu ser, ou seja, reconhece nas pessoas encarceradas a imagem e semelhança de Deus. O Senhor Jesus Cristo mostrou na parábola do Bom Samaritano o modelo da atenção a todas as necessidades humanas e identificou-se na parábola do juízo final (Mt 25) com os deserdados, os enfermos, os encarcerados, famintos, solitários. A Igreja aprendeu nestas e em outras passagens do Evangelho que sua missão evangelizadora possui como parte indispensável a ação pela justiça e promoção da pessoa humana e que a evangelização não seria completa se não se levasse em conta a interpelação recíproca que no curso dos tempos se estabelece entre o Evangelho e a vida concreta pessoal/social do homem.
3. Missão
Ser presença efetiva e afetiva da Igreja e de Jesus Cristo nos cárceres de Londrina e cidades de nossa arquidiocese, defendendo a pessoa humana e valores mais fundamentais, nas dimensões religiosa, social e jurídica.
4. Fundamentos Bíblicos
Mt 25,36: Porque estive preso, fostes me visitar
Lc 4,18: Fui enviado para proclamar a liberdade aos cativos
5. Objetivos
- Evangelizar nossos irmãos que se encontram privados de sua liberdade, promovendo a dignidade da pessoa humana dentro das cadeias e presídios através da defesa de seus direitos sociais e jurídicos;
- Acompanhar familiares dos encarcerados, prestando assistência social e religiosa;
- Promover a vida cristã junto aos funcionários das unidades prisionais.
6. Organograma de Atuação
Unidade Frequência mensal Dia de visitação
3 DP Segunda e quarta Quartas-feiras, à tarde
4 DP Primeira e terceira Terças-feiras, a tarde
2 DP Primeira e terceira Terças-feiras, a tarde
PEL Segunda e Quarta Segundas-feiras à tarde
CCL Segunda e Quarta Quintas e terças de manhã
CDR-L Semanal Sextas-feiras, de manhã
CENSI
Ibiporã Quinzenal Quartas-feiras, à tarde
Rolândia Mensal Quintas-feiras, à tarde
Cambé Semanal Segunda-feira, a tarde
Obs: cada unidade é atendida por uma equipe específica
7. Calendário de Reuniões
I. Mensal: reunião por equipe
II. Bimestral: reunião com as equipes – última quarta-feira dos meses ímpares
III. Semestral: encontros formativos – aos sábados à tarde
IV. Anual: assembléia avaliativa e de programação. (Dezembro)
8. Atividades Desenvolvidas (de acordo com as áreas de atuação)
a) Dimensão religiosa
Celebrações eucarísticas
Meditação da Palavra
Momentos de Louvor
Catequese
Distribuição Bíblias, Terços, CD/DVD de palestras, revistas cristãs
Acompanhamento de familiares de detentos
b) Dimensão social
Acompanhamentos de egressos
Contatos e visitação a familiares de encarcerados
Distribuição de kits de higiene, alimentação e material de artesanato
Exposição e comercialização dos artesanatos produzidos pelos detentos
Organização de cursos para familiares e egressos
Comemoração: dia do Encarcerado
Celebração do dia do agente penitenciário e carcereiro
c) Dimensão jurídica
Encaminhamentos de situação de detentos
Participação do Conselho de Comunidade (Previsto na LEP)
Participação no CDH-L
Reuniões e Encontros com autoridades públicas ligadas à questão prisional
d) Atividades Com a Sociedade e Igreja
Semana do encarcerado
Parcerias com Universidades, órgãos públicos, e sociedade civil.
Campanhas de divulgação da pastoral e de conscientização sobre a realidade prisional
Visitas a Paróquias e Conselho de Pastorais Decanais para divulgação da Pastoral Carcerária e recrutamento e formação de novos agentes
Entrevistas e publicação de artigos nos meios de comunicação a respeito da Pastoral carcerária e de temas relacionados a realidade dos encarcerados.
Manutenção do Blog da Pastoral Carcerária de Londrina
9. Organização
a. Coordenação geral: Irmã Maria José Secretaria: Ivone Nogueira
b. Coordenador de assuntos sociais: Cíntia e Patricia
c. Coordenador de Evangelização:
d. Coordenador assuntos familiares:
e. Coordenador de Direitos Humanos:
f. Coordenador de Mídia: Karina Giorgiani
g. Assessor Eclesiástico: Pe Edivan Pedro dos Santos
10. Parcerias Firmadas
I – Pontifícia Universidade Católica: assistência jurídiciária
II – Conselho Central dos Vicentinos de Londrina: assistência social (alimentos)
III – Caritas Arquidiocesana de Londrina: financiamento do projeto Rosto Humano nas prisões.
IV – Equipes de Nossa Senhora (2A): Acompanhamento das famílias dos encarcerados.
11. Como Ajudar
I- Rezando pelos trabalhos e agentes da PCr-L.
II- Como um Agente (de visitação, organização interna da PCr-L)
III- Como um colaborador social: doação de materiais de higiene e para artesanato
IV- Como colaborador Jurídico: assistência e direitos humanos.
12. Contato
• Centro de Pastoral Dom Bosco. Fone 3371-3141
Atendimento: as terças e quintas, das 15 às 17 horas
• Email: pastoralcarceraria@arquidiocesedelondrina.com.br
Blog: pastoralcarcerarialondrina.blogspot.com
• Santuário Nossa Senhora Aparecida. 3329-1039 (pe Edivan)
• Irmã Maria José. 3342-9173